terça-feira, 24 de novembro de 2009

Prostituição no entorno da faculdade


Garotas de programa relatam a vida difícil e os desafios da vida noturna


Popularmente chamada de “profissão mais antiga do mundo”, a prostituição é reprovada em quase todas as sociedades, dada a degradação que representa para as pessoas que a praticam, muitas vezes o preço é até mesmo a escravidão sexual. Um ponto de garotas de programa no meio de via pública é a rua Voluntários da Pátria.
Está atividade remunerada consiste em oferecer satisfação sexual as pessoas que buscam estes serviços, muitos são os motivos para que pessoas entrem neste mundo, que vão de abusos na infância por pessoas próximas ou desconhecidas até mesmo a necessidade de sobreviver. Um universo de completa escuridão e preconceitos de todas as partes da sociedade. Mas por que temos pessoas neste ramo? O que se pode fazer e o que alunos pais e pessoas que convivem com a prostituição dizem disto?
O bairro de Santana tem muitos locais onde garotas de programas oferecem seus serviços, a rua Voluntários da Pátria tem um destes pontos funcionando a todo vapor, mulheres e travestis disputam palmo a palmo um pedaço da calçada. Uma organização que vai desde não se misturar, travesti com mulheres, a distribuição de cartões de visita com números de celulares oferecendo os serviços. O local é escolhido por uma razão simples que é o de grande movimento noturno na região, que é cercada pelo rodoviário do Tietê e tem grande movimento de alunos que são da UniSant’Anna e da APCD.
Procurando saber e entender os motivos de mulheres entrarem nesta vida Vitoria Lemos nome fictício (22), que entrou para a prostituição há oito anos. “Sai de casa os dez anos de idade fugindo dos abusos do meu padrasto que desde meus sete anos abusava de mim, sem minha mãe saber e sobre as constantes ameaças de que, se eu o denuncia-se ele me mataria daí fugi de casa e deste em tão nunca mais voltei para casa, mas tenho contato por telefone somente com minha mãe que sabe como é que trabalho”, diz Lemos.
A garota de programa Márcia Dias (26), diz estar trabalhando neste ramo há oito anos: “Eu tenho esperança de fazer uma faculdade e até mesmo sair desta vida que inclui muito preconceito, mas entrei neste caminho porque não agüentava passar fome”, relata Dias. Uma estatística é certa de à prostituição só cresceu por que o bairro tem um alto padrão financeiro.
O comerciante Jose Carlos Araujo (50), que tem um restaurante em uma das ruas que são usadas na prostituição que por sinal durante o dia é uma rua tranqüila diz: “Tenho o estabelecimento a mais de dez anos e as garotas de programa sempre estiveram, aqui o que fez crescer o movimento de moças foi o simples fato do bairro se tornar de alto padrão, e também ter grande circulação noturna de pessoas”, comenta Araujo. O poder aquisitivo na região também ajuda a manter o local em pleno funcionamento, não são só jovens que vão à busca do prazer, homens casados bem de vida estão entre os clientes, taxistas e o movimento no local cada dia crescendo, tem casos que executivos mandam taxi buscar garotas na rua e levá-las para outro local onde estão a sua espera.
O problema da prostituição é que a sociedade criou esta “profissão”, segundo a sexóloga Adelaide Nunes uma solução poderia ser a regularização já que todos os envolvidos têm total condição de procurar outros caminhos. “O governo poderia até mesmo regularizar a profissão, mas o grande passo seria dado pela sociedade brasileira em tirar este preconceito de circulação, é um trabalho como outro”, diz Nunes.
A prostituição está aí para todos que quiserem ver o problema é que como todo o setor precisa de normas e fiscalização das autoridades responsáveis, para se ter controle já que prostituição é fruto da sociedade brasileira.

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