domingo, 5 de julho de 2009

Mulheres do Mundo

Mulheres do Mundo: A versão feminina de suas culturas

Ao longo da história, sempre se duvidou da força de sexo feminino. Consideradas como “sexo frágil”, as mulheres foram muitas vezes motivos de preconceito pelo mundo. Os tempos mudaram e a elas conseguiram força, independência e conquistaram seu espaço no mercado de trabalho. Ao menos em algumas culturas.

Para mostrar essas diferenças e a visão das mulheres de vários lugares uma exposição com autoria do fotógrafo francês Titouan Lamazou, está acontecendo na Oca, localizada no Parque do Ibirapuera

A exposição mostra através de fotografias, desenhos e vídeos, as diferentes vidas de várias mulheres ao redor do mundo. Em cada conjunto de figuras é mostrado como foi realizado o trabalho e a historia dessas mulheres através de vídeo.
As personagens retratadas são de várias nacionalidades e têm historias ilustradas por vários dramas, lutas pela sobrevivência, desde "brigas" com urubus por restos de comida até garotas que buscam na prostituição um modo de sobrevivência. As fotos mostradas são muitas, inclusive de mulheres brasileiras. Dentre essas destaca-se a historia de Cristiane Lima, uma carioca que vivia no meio de um lixão em São Gonçalo no Rio de Janeiro. Devido a jovem ter traços semelhantes com os da modelo Naomi Campbell, foi encontrada pela produção do programa "Domingo Legal" e teve em sua historia um "final" feliz, onde passa a trabalhar em São Paulo como modelo. O artista mostra também celebridades como é o caso da atriz Dercy Gonçalves, fotografada no ano de 2004. No "conjunto" destinado à atriz, há a frase dita pela mesma: “Já fui vaidosa, sou vaidosa, gosto de ser vaidosa e o amor é uma merda”. Dercy faleceu em 2008 aos 101 anos de idade.
O artista também da espaço para mulheres que conquistaram lugares extremamente machistas, como é o caso de Deborah Stanger uma francesa que perdeu o pai em 1985 e nunca se deu bem com sua mãe. Ela é uma das seis mulheres do exercito francês e em seu depoimento conta que encontrou no exercito uma família que nunca havia encontrado dentro de sua própria casa. Apesar disso, logo quando se alistou viu que não ia ser nada fácil sua vida: “O machismo no exercito é enorme quando entrei tive que ter muita calma para poder enfrentar as piadinhas e as brincadeiras de mau gosto”, diz Deborah em seu depoimento.

Maria Jose, que faz trabalhos feministas, desde a época da ditadura militar, se diz emocionada com os vários relatos contados e retratados por Mazou na exposição. Ela consta que o espaço da mulher na mídia, apesar de grande a avanço continua restrito. A maior parte da mídia é dedicada ao publico masculino. "Se você for reparar, a mulher hoje é mostrada como ‘escrava sexual’", conta rindo... "É legal quando resolvem dar espaço para a mulher numa exposição como essa."

A estudante de designer Dayana Carvalho, 20 anos, diz que gostou muito da exposição. Questionada sobre a forma como o autor abordou as mulheres, Dayana conta que gostou e apesar de não ter parado para pensar nisso, diz que o que a incomoda é o fato de o ambiente ser enorme e com isso haver muita coisa. "Acho que tudo em exagero acaba sendo banalizado". Para ela o defeito da exposição foi o andar subsolo, que com o espaço aberto tinha o reflexo das janelas nas fotografias. "Acho que reparei nisso só porque estudo, de resto está perfeito".



São vários tipos de historias e de culturas. A exposição conta com quatro andares divididos em diversos conjuntos e é muito rica em detalhes.No último andar há um corredor com fotos de nu artístico, bem como uma boneca seminua. Além disso, há espaço para lanche, compras de livros e um pequeno espaço mulher, organizado pela Natura que é a patrocinadora.

A Oca fica dentro do Parque do Ibirapuera, na Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, portão três e é aberta de terça a domingo das 10h ás 20h. Os valores de ingresso são R$ 11,50 inteira e R$ 5,50 meia. Nas terças feiras a entrada é gratuita.