quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pensamentos

  • Quando me tratas mau e, desprezado, Sinto que o meu valor vês com desdém, Lutando contra mim, fico a teu lado E, inda perjuro, provo que és um bem. Conhecendo melhor meus próprios erros, A te apoiar te ponho a par da história De ocultas faltas, onde estou enfermo; Então, ao me perder, tens toda a glória. Mas lucro também tiro desse ofício: Curvando sobre ti amor tamanho, Mal que me faço me traz benefício, Pois o que ganhas duas vezes ganho. Assim é o meu amor e a ti o reporto: Por ti todas as culpas eu suporto.
  • Não chame o meu amor de Idolatria Nem de Ídolo realce a quem eu amo, Pois todo o meu cantar a um só se alia,E de uma só maneira eu o proclamo. É hoje e sempre o meu amor galante, Inalterável, em grande excelência; Por isso a minha rima é tão constanteA uma só coisa e exclui a diferença. 'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo; 'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento; E em tal mudança está tudo o que primo, Em um, três temas, de amplo movimento. 'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora; Num mesmo ser vivem juntos agora.
  • Se te censuram, não é teu defeito, Porque a injúria os mais belos pretende; Da graça o ornamento é vão, suspeito, Corvo a sujar o céu que mais esplende. Enquanto fores bom, a injúria prova Que tens valor, que o tempo te venera,Pois o Verme na flor gozo renova, E em ti irrompe a mais pura primavera. Da infância os maus tempos pular soubeste, Vencendo o assalto ou do assalto distante; Mas não penses achar vantagem nesteFado, que a inveja alarga, é incessante.Se a ti nada demanda de suspeita,És reino a que o coração se sujeita.
  • Se a morte predomina na bravuraDo bronze, pedra, terra e imenso mar,Pode sobreviver a formosura, Tendo da flor a força a devastar? Como pode o aroma do verãoDeter o forte assédio destes dias, Se portas de aço e duras rochas nãoPodem vencer do Tempo a tirania? Onde ocultar - meditação atroz -O ouro que o Tempo quer em sua arca? Que mão pode deter seu pé veloz, Ou que beleza o Tempo não demarca? Nenhuma! A menos que este meu amorEm negra tinta guarde o seu fulgor.

Abraços a todos Danilo

terça-feira, 24 de novembro de 2009



Torcedores anônimos


Tratamento coloca frente a frente torcedores rivais, em um ato de esperança para o futuro



O que fazer com torcedores fanáticos que colocam o seu time cima de tudo e todos, pessoas que vão aos estádios com o intuito de torcer pelo seu time e arrumar briga com torcidas rivais? Se for preciso, será que este problema tem solução? O que se pode fazer?
Na cidade de Suzano localizada na grande São Paulo, há um tratamento que é pouco conhecido pela sociedade. Um local que cuida especificamente de torcedores com estes tipos de problemas que envolvem o comportamento como: brigas dentro e fora dos estádios, atitudes violentas dentro de sua própria casa e o comportamento muito agressivo. O projeto tem como objetivo devolver para essas pessoas uma vida tranquila e sem confusões.
O diretor da casa “Torcedor é Irmão”, Jose Souza de Oliveira 49, diz que não importa o grau de dificuldade: O que importa é devolver as pessoas em segurança e totalmente recuperadas para a sociedade. “Tem pacientes que chegam aqui e não consegue sequer ficarem sentado 2 minutos para ver um jogo, e quando seu time perde uma chance de fazer um gol ou perde uma classificação, por exemplo, pode se chegar ao ponto de quebrar tudo o que ver pela frente”, relata Oliveira.
O tratamento é muito simples, consiste em tocar hinos de times de futebol e extrair de suas letras os verdadeiros significados de cada palavra, de cada estrofe.
Paulo nome fictício é torcedor do Palmeiras é separado, tem 2 filhos faz tratamento há 4 meses. Ele já começa a notar avanços em seu comportamento: “Eu não tinha paciência para nada começava a quebrar tudo o que via pela frente caso o time perdesse, cheguei ao ponto de quebrar uma mesa de vidro que tinha em minha casa com um soco, minha mão chegou a sangrar de tão forte que foi o impacto com a mesa”, revela Paulo.
O enfermeiro Eduardo Costa 35, que acompanha Paulo, diz que seu tratamento vem dando bastante resultado e que muito em breve ele vai poder voltar para sua família. “O legal foi que o próprio Paulo buscou ajuda especializada para poder sair da situação que ele se encontrava”, diz Costa.
Paulo fala em voltar o mais breve para seus filhos, que até hoje não sabem que no momento ele se encontra internado. “Eu quero sair daqui totalmente recuperado, ter minha família de volta e eu só tenho que agradecer a Deus e todas ás pessoas que trabalham aqui, e que dão a maior atenção para gente, e também agradecer ao Eduardo que foi um anjo da guarda aqui dentro para mim, pois ele me acompanha desde o primeiro dia meu aqui de internação”, revela Paulo.
O diretor Jose Souza de Oliveira que também acompanha Paulo prevê otimista que em fevereiro do ano que vem ele poderá sair da casa de recuperação. “Ele é um rapaz especial com muita garra e persistência, e espero que quando ele estiver longe daqui com seus filhos que ele seja muito feliz”, diz Oliveira.
“Que bom termos pessoas como seu Oliveira que pensa no próximo, de uma forma tão calorosa e amiga”, conta Paulo com lágrimas nos olhos.
Hoje a casa atende 35 pacientes. Destes 5 vão voltar para seus familiares em dezembro. O paciente Jorge Ferreira * 38 é santista fanático e só usa roupas do Santos e vai sair em dezembro. ”Não vejo a hora de voltar para minha esposa e meus filhos”, diz Ferreira.
Os diagnósticos que dão o aval para os pacientes terem alta saem de uma cúpula de psicólogos que acompanham cada passo do tratamento de cada paciente, e seu desenvolvimento.
Um trabalho que o Dr. Oliveira espera que seja modelo para outras pessoas e que possa ser instalado em outras localidades de São Paulo e porque não até mesmo em outros estados. “Pois um trabalho deste não se pode desprezar, com um bom planejamento podemos não rever mais cenas lamentáveis de violência nos estádios de nosso país”.


Por: Danilo Matos


A música por trás do futebol



Membros das principais torcidas organizadas de São Paulo contam como fazem para ter seus cânticos cantados nos estádios de todo o Brasil


O futebol é um dos esportes com mais adeptos no mundo, têm em sua essência as torcidas que a cada ano que se passa além de cantar o hino do seu time de coração inovam com cânticos que viram “febre” nos estádios.
Na cidade de São Paulo, as torcidas organizadas dos chamados “grandes” (São Paulo, Palmeiras e Corinthians) têm os seus próprios “compositores”, membros de cada organizada que são responsáveis pelas criações dos cantos que serão ouvidos nos estádios de São Paulo.
Pessoas que fazem deste trabalho de compor, ser uma tarefa árdua e muito cansativa, às vezes chega a ser um hobby um divertimento para cada um em especial.
Na organizada do São Paulo, que é a torcida Independente o responsável pelas criações é Ângelo Martins Fonseca 33, que além der ser membro da organizada, trabalha como metalúrgico há 8 anos na função de ferramenteiro. “Já perdi 5 oportunidades de emprego por causa de jogo, o São Paulo Futebol Clube é minha vida eu adoro ir ao Morumbi ver os jogos não importa o time adversário”, relata Fonseca. E complementa “O canto vai lá, vai lá, vai lá, vai lá de coração, vamos São Paulo, vamos São Paulo, vamos ser campeão, foi eu quem criei e para o próximo ano eu já tenho uma música que vai ser cantada na Libertadores, já que é uma competição totalmente especial , e a música vai pegar nos estádios, todos os são-paulinos vão gostar”, revela Fonseca.
Já a inspiração para compor suas músicas são as mais diversas. Ângelo relata que busca pensar nas crianças: “Eu anoto tudo o que eu vejo nas crianças, tudo que disserem quando estou nas ruas a caminho do trabalho, eu marco no caderno”, relata. Que tem como grande companheiro nestas horas um velho caderninho bem pequeno e com suas folhas já amareladas pelo tempo de trabalho e com algumas páginas com um simples borrão de tinta, causado por alguma enchente.
“Já peguei somente com este caderninho umas 10 chuvas daquelas de levar tudo pelo caminho voltado ou ido para jogos, por isso e que ele já está pedindo aposentadoria, mas eu adoro compor os cânticos que virão a ser cantados nos estádios, minha família que é o muito importante para mim apóia o que eu faço, tanto meus filhos quanto minha esposa que além de tudo é são paulina fanática”, conta um sorridente Fonseca.
Carlos uma pessoa totalmente diferente com a vida e com seu futuro.
Num outro ponto da cidade, numa rua apertada em um bar bem simples, que logo em sua entrada tem um cachorro vira-lata, porte bem magro que quase não tem forças para se levantar, está Carlos Mattos Nunes 30, torcedor fanático do Corinthians e membro da principal torcida do time, a Gaviões da Fiel há 9 anos.
Nunes compõe os cânticos em parceria com outros membros da diretoria. “Alem de compor eu trabalho aqui no bar, mas sempre com um tempo para poder buscar inspiração em tudo o que me rodeia para busca de novas músicas, já que eu não me considero um compositor eu falo para todos que faço isto por simples hobby”, relata Nunes.
Ao entrar na casa de Nunes logo se vê todas suas inspirações para as composições, pregadas nas paredes do quarto e no corredor da casa: letras de músicas em diversos ritmos, “O grito sou louco por ti Corinthians é de autoria minha e do Marcos, outro integrante dos Gaviões, que me ajuda bastante nas composições”, diz Nunes.
“Tenho 30 anos e vou aos jogos do Timão desde os 8 anos, influenciado pelo meu pai e todos meus familiares apóiam o que eu faço, já que faço por amor ao Corinthians e que tem como meta surpreender a todos e as outras torcidas rivais na hora da alegria de um gol marcado, de uma classificação ou mesmo de um pênalti pego pelo nosso goleiro ou até mesmo perdido pelo adversário, mesmo que seja pra ficar sem qualquer volume de voz a garganta eu prefiro acabar com o que tenho cantando para o Corinthians”, comenta Nunes.
Na organizada da torcida do Palmeiras, que é a Mancha Alvi Verde o seu “compositor”, é representado pelo jovem Lucas Sonotori Mendes 18, um estudante que mora com os pais e no período da tarde fica todos os dias na sede da torcida compondo suas músicas. “Eu tenho muita facilidade em compor, fico buscando parte de alguma melodia que possa me interessa, daí coloco no papel e começo a desenvolver”, diz Mendes.
O problema é que os cânticos não são seguidos na prática pelas torcidas que distorcem ás músicas para gerar a violência entre elas, e protagonizar cenas de vandalismo e baixaria.



Por: Danilo Matos


Fisioterapia para todos



Pensando nas famílias que não tem condições de pagar um profissional de fisioterapia para fazer algum tratamento fisioterápico, a UniSant’Anna em parceria com os hospitais Brigadeiro Geriátrico, D.Pedro I e a Santa Casa de Misericórdia que encaminham seus pacientes para consultas e tratamentos na Clínica escola da faculdade para.
A clinica escola foi criada, para que alunos dos cursos na área da saúde pudessem desenvolver suas habilidades, e terem um contato real com os problemas que vão enfrentar no dia - dia em hospitais, o trabalho também é feito para que a população mais carente que não tem condições de pagar uma seção de reabilitação física possa ter um atendimento para se reabilitar. Todos sabem o quanto é caro um tratamento de fisioterapia muitos não consegue pagar, os atendimentos são feitos por alunos do sétimo e oitavo semestre de fisioterapia enfermagem com a supervisão de profissionais da área. Os casos só podem ser tratados, desde que o paciente tenha uma carta de encaminhamento assinada pelo médico e que tenha um diagnóstico clinico.
A dona de casa Maria das Dores (35) leva seu filho Lucas a clinica três vezes por semana diz: “É muito bom instituições pensarem na população desta maneira, meu filho tem oito anos e é portador de deficiência o atendimento e a dedicação que os estudantes têm com ele é como á de que fosse um parente dele”, ela ainda completa: “O Lucas não vê a hora de vir para clínica, eu acho que desta forma ele possa voltar a andar o mais rápido possível”, comenta Maria.
O trabalho que vem dando bastante retorno para todos envolvidos faculdade, os alunos e à comunidade, para quem quiser saber mais informações (11) 6949 2655 horários das 8h200 às 11h20 e de 13h30 as 16h50 de Segunda a Sexta endereço Rua Comandante Antonio Paiva Sampaio, 106 Tucuruvi.


Por: Danilo Matos Vieira
Mulheres do Mundo

A versão feminina de suas culturas

Ao longo da história, sempre se duvidou da força de sexo feminino. Consideradas como “sexo frágil”, as mulheres foram muitas vezes motivos de preconceito pelo mundo. Os tempos mudaram e a elas conseguiram força, independência e conquistaram seu espaço no mercado de trabalho. Ao menos em algumas culturas.

Para mostrar essas diferenças e a visão das mulheres de vários lugares uma exposição com autoria do fotógrafo francês Titouan Lamazou, está acontecendo na Oca, localizada no Parque do Ibirapuera

A exposição mostra através de fotografias, desenhos e vídeos, as diferentes vidas de várias mulheres ao redor do mundo. Em cada conjunto de figuras é mostrado como foi realizado o trabalho e a historia dessas mulheres através de vídeo.
As personagens retratadas são de várias nacionalidades e têm historias ilustradas por vários dramas, lutas pela sobrevivência, desde "brigas" com urubus por restos de comida até garotas que buscam na prostituição um modo de sobrevivência. As fotos mostradas são muitas, inclusive de mulheres brasileiras. Dentre essas destaca-se a historia de Cristiane Lima, uma carioca que vivia no meio de um lixão em São Gonçalo no Rio de Janeiro. Devido à jovem ter traços semelhantes com os da modelo Naomi Campbell, foi encontrada pela produção do programa "Domingo Legal" e teve em sua historia um "final" feliz, onde passa a trabalhar em São Paulo como modelo. O artista mostra também celebridades como é o caso da atriz Dercy Gonçalves, fotografada no ano de 2004. No "conjunto" destinado à atriz, há a frase dita pela mesma: “Já fui vaidosa, sou vaidosa, gosto de ser vaidosa e o amor é uma merda”. Dercy faleceu em 2008 aos 101 anos de idade.
O artista também da espaço para mulheres que conquistaram lugares extremamente machistas, como é o caso de Deborah Stanger uma francesa que perdeu o pai em 1985 e nunca se deu bem com sua mãe. Ela é uma das seis mulheres do exercito francês e em seu depoimento conta que encontrou no exercito uma família que nunca havia encontrado dentro de sua própria casa. Apesar disso, logo quando se alistou viu que não ia ser nada fácil sua vida: “O machismo no exercito é enorme quando entrei tive que ter muita calma para poder enfrentar as piadinhas e as brincadeiras de mau gosto”, diz Deborah em seu depoimento.

Maria Jose, que faz trabalhos feministas, desde a época da ditadura militar, se diz emocionada com os vários relatos contados e retratados por Mazou na exposição. Ela consta que o espaço da mulher na mídia, apesar de grande a avanço continua restrito. A maior parte da mídia é dedicada ao publico masculino. "Se você for reparar, a mulher hoje é mostrada como ‘escrava sexual’", conta rindo... "É legal quando resolvem dar espaço para a mulher numa exposição como essa."

A estudante de designer Dayana Carvalho, 20 anos, diz que gostou muito da exposição. Questionada sobre a forma como o autor abordou as mulheres, Dayana conta que gostou e apesar de não ter parado para pensar nisso, diz que o que a incomoda é o fato de o ambiente ser enorme e com isso haver muita coisa. "Acho que tudo em exagero acaba sendo banalizado". Para ela o defeito da exposição foi o andar subsolo, que com o espaço aberto tinha o reflexo das janelas nas fotografias. "Acho que reparei nisso só porque estudo, de resto está perfeito".



São vários tipos de historias e de culturas. A exposição conta com quatro andares divididos em diversos conjuntos e é muito rica em detalhes. No último andar há um corredor com fotos de nu artístico, bem como uma boneca seminua. Além disso, há espaço para lanche, compras de livros e um pequeno espaço mulher, organizado pela Natura que é a patrocinadora.

A Oca fica dentro do Parque do Ibirapuera, na Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, portão três e é aberta de terça a domingo das 10h ás 20h. Os valores de ingresso são R$ 11,50 inteira e R$ 5,50 meia. Nas terças feiras a entrada é gratuita.
Bar: a sala de aula é logo ali


A extensão da sala de aula em um ambiente diferente


Bar e universitários uma combinação que dá o que falar. Ambiente de descontração para muitos alunos, não importa o dia da semana, pode ser de segunda à sexta feira, ele sempre está com seus freqüentadores e porque não os trabalhadores de todos os dias.
A rua Voluntários da Pátria, na altura do nº250 tem um bar para cada 10 metros, um local para universitários beberem, se divertirem, e fazer trabalhos acadêmicos.
O empresário Rogério Correia 44 é dono de um bar que fica a poucos metros da UniSant’Anna e diz que seus clientes são formados em sua grande maioria por universitários que não vêm só para beber, mas sim para se reunirem para fazer trabalhos acadêmicos: “Eu me surpreendi, pois muitos dos alunos vêm para cá discutir trabalhos de vários cursos, já que o bar tem um ambiente com muita descontração e divertimento para todos”, relata Correia.
Mas tem alunos que vão para bares e não se divertem, pois não sabem beber com moderação. O estudante Bruno Morais Neri 23 comenta; “Se você não tem a sua cabeça no lugar, e encontra um grupinho que gosta de beber você sem perceber não tem mais controle da quantidade de bebidas que você ingere”.
A coordenação da UniSant’Anna diz que não pode controlar seus alunos fora do ambiente universitário, e que mesmo se tomasse uma providência em relação aos bares, os alunos recorreriam para alternativas diferentes como mudarem de bares ou até mesmo irem para o posto de gasolina que fica ao lado da faculdade, mas relata que se alguns de seus alunos forem pegos ingerindo bebida alcoólica dentro do campus, às medidas cabíveis serão tomadas para punir o infrator.
Ricardo Braga 23, estudante de jornalismo acredita que todo mundo é livre para se divertir diz: “Claro que ficar bebendo todo dia, uma hora quando você menos esperar, já vai ver os primeiros sintomas do alcoolismo, mas se souber conviver com as duas coisas o aluno levará bem às idas ao bar”, relata Braga.
Universidade e bar, dois ambientes completamente distintos, mas que com educação e bom senso dos alunos, podem viver em harmonia.
Prostituição no entorno da faculdade


Garotas de programa relatam a vida difícil e os desafios da vida noturna


Popularmente chamada de “profissão mais antiga do mundo”, a prostituição é reprovada em quase todas as sociedades, dada a degradação que representa para as pessoas que a praticam, muitas vezes o preço é até mesmo a escravidão sexual. Um ponto de garotas de programa no meio de via pública é a rua Voluntários da Pátria.
Está atividade remunerada consiste em oferecer satisfação sexual as pessoas que buscam estes serviços, muitos são os motivos para que pessoas entrem neste mundo, que vão de abusos na infância por pessoas próximas ou desconhecidas até mesmo a necessidade de sobreviver. Um universo de completa escuridão e preconceitos de todas as partes da sociedade. Mas por que temos pessoas neste ramo? O que se pode fazer e o que alunos pais e pessoas que convivem com a prostituição dizem disto?
O bairro de Santana tem muitos locais onde garotas de programas oferecem seus serviços, a rua Voluntários da Pátria tem um destes pontos funcionando a todo vapor, mulheres e travestis disputam palmo a palmo um pedaço da calçada. Uma organização que vai desde não se misturar, travesti com mulheres, a distribuição de cartões de visita com números de celulares oferecendo os serviços. O local é escolhido por uma razão simples que é o de grande movimento noturno na região, que é cercada pelo rodoviário do Tietê e tem grande movimento de alunos que são da UniSant’Anna e da APCD.
Procurando saber e entender os motivos de mulheres entrarem nesta vida Vitoria Lemos nome fictício (22), que entrou para a prostituição há oito anos. “Sai de casa os dez anos de idade fugindo dos abusos do meu padrasto que desde meus sete anos abusava de mim, sem minha mãe saber e sobre as constantes ameaças de que, se eu o denuncia-se ele me mataria daí fugi de casa e deste em tão nunca mais voltei para casa, mas tenho contato por telefone somente com minha mãe que sabe como é que trabalho”, diz Lemos.
A garota de programa Márcia Dias (26), diz estar trabalhando neste ramo há oito anos: “Eu tenho esperança de fazer uma faculdade e até mesmo sair desta vida que inclui muito preconceito, mas entrei neste caminho porque não agüentava passar fome”, relata Dias. Uma estatística é certa de à prostituição só cresceu por que o bairro tem um alto padrão financeiro.
O comerciante Jose Carlos Araujo (50), que tem um restaurante em uma das ruas que são usadas na prostituição que por sinal durante o dia é uma rua tranqüila diz: “Tenho o estabelecimento a mais de dez anos e as garotas de programa sempre estiveram, aqui o que fez crescer o movimento de moças foi o simples fato do bairro se tornar de alto padrão, e também ter grande circulação noturna de pessoas”, comenta Araujo. O poder aquisitivo na região também ajuda a manter o local em pleno funcionamento, não são só jovens que vão à busca do prazer, homens casados bem de vida estão entre os clientes, taxistas e o movimento no local cada dia crescendo, tem casos que executivos mandam taxi buscar garotas na rua e levá-las para outro local onde estão a sua espera.
O problema da prostituição é que a sociedade criou esta “profissão”, segundo a sexóloga Adelaide Nunes uma solução poderia ser a regularização já que todos os envolvidos têm total condição de procurar outros caminhos. “O governo poderia até mesmo regularizar a profissão, mas o grande passo seria dado pela sociedade brasileira em tirar este preconceito de circulação, é um trabalho como outro”, diz Nunes.
A prostituição está aí para todos que quiserem ver o problema é que como todo o setor precisa de normas e fiscalização das autoridades responsáveis, para se ter controle já que prostituição é fruto da sociedade brasileira.